
Descoberta precoce do câncer de próstata aumenta em 90% as chances de cura 6v2l22
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Ainda é baixo o índice de caminhoneiros que procuram um urologista regularmente, segundo pesquisa da CNT divulgada neste ano 1o2c10
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que 61,2 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer de próstata neste ano. Estatística que acende um alerta sobre a necessidade da prevenção, especialmente por homens que fazem parte do grupo de risco, neste caso, com idade acima dos 50 anos. A detecção precoce e o início imediato do tratamento aumentam em 90% as chances de cura. No período em que se celebra o Novembro Azul, mês dedicado à saúde do homem, a CART- Concessionária Auto Raposo Tavares reforça aos motoristas profissionais a necessidade de evitar a doença. 526p6j
O câncer de próstata é o tumor maligno mais comum entre os homens depois do câncer de pele, com 10% de incidência entre os diagnósticos da doença. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) avalia que apesar da taxa alarmante de 62 casos para cada 100 mil brasileiros previstos só para este ano, o declínio de 40% nos óbitos desde 1999 nos países mais desenvolvidos é um fato que merece ser comemorado. A redução é atribuída ao diagnóstico precoce por meio do toque retal e do exame de sangue específico, além de métodos avançados de tratamento.
Em 40% dos casos, os tumores são detectados em homens com idade acima de 50 anos. Por isso, a SBU orienta que a prevenção seja iniciada nesta fase. Já homens que têm históricos da doença na família devem começar a avaliação aos 45 anos. O toque retal vai detectar alterações na próstata como endurecimento e possíveis nódulos.
Outro alerta diz respeito à evolução da doença, que no estágio inicial é silenciosa. Os primeiros sintomas surgem quando o tumor comprime a uretra e impede o fluxo de urina. Outros sinais característicos são a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, aumento da frequência urinária, presença de sangue na urina.
Embora a idade seja apontada como a principal causa do câncer de próstata, há outros fatores associados à doença, especialmente o excesso de gordura corporal. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde as populações possuem hábitos semelhantes aos de países desenvolvidos, como falta de atividade física, consumo de comida processada, sobrepeso e obesidade, há maior incidência deste e de outros tipos de câncer em diferentes faixas etárias.
Saúde do motorista
Estudo divulgado neste ano pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que somente 0,8% dos caminhoneiros procura um urologista para cuidar da saúde. Ao irem a uma consulta médica, 71,7% optam por um clínico geral. Com larga diferença, o segundo especialista mais procurado é o cardiologista (5,9%), seguido do ortopedista (5,8%) e oftalmologista (2,9%). Dos entrevistados, 44,6% afirmaram que procuram um médico regularmente para fazer check-up. Outros 20,5% disseram que só buscam ajuda quando os sintomas de doença se agravam e 19,2%, quando surgem os primeiros sinais de que a saúde não vai bem. A visita a um profissional de saúde é ignorada por 12% dos respondentes.
Motorista profissional há 27 anos, Valcir Francisco da Silva, 49, é preocupado com a saúde. Depois de uma crise hipertensiva, associada ao estresse da profissão, ou a visitar frequentemente o cardiologista. O problema de coluna, agravado pela posição ao volante, o leva a consultar-se periodicamente com um ortopedista.
Silva também vai regularmente ao urologista. “Tem que cuidar da saúde, prevenir. Ainda mais quando se vive do transporte”, afirma o motorista. “Mas, infelizmente, o que vemos é que grande parte dos nossos amigos de profissão só procura um médico quando surge algum problema”, lamenta Silva.
O caminhoneiro Sérgio Lanzetti dedicou 45 de seus 64 anos à profissão que escolheu desde menino, inspirado pelo irmão. Neste intervalo, fez longas viagens à Bahia, Mato Grosso e ao Paraná. Lanzetti trabalha atualmente em uma transportadora e viaja todos os dias a municípios da região de Bauru. Mas nem as idas e vindas deixaram o motorista profissional descuidar da saúde. Ele procura todos os anos um urologista para prevenir-se. “Vou à rede pública e o atendimento é muito rápido. Considero importante e fico preocupado com os problemas que podem aparecer se não tomar cuidado”, afirma.
Com saúde de sobra, Lanzetti tem uma vida ativa e não para nos finais de semana. “Gosto de dançar com a minha esposa. Já perdi as contas das vezes em que cheguei do trabalho pronto para levá-la a um baile”, conta.
“Todo mês a CART realiza ações de conscientização com os motoristas e caminhoneiros do Corredor. Entre elas está o Saúde & Cidadania e o Acorda Motorista, que acontecem em parceria com a São Francisco Resgate. Durante a realização os técnicos fazem testes gratuitos de glicemia e pressão, que estão relacionados às principais doenças que atingem os caminhoneiros, a hipertensão e diabetes”, comenta o Coordenador de Saúde e Segurança do Trabalho da Concessionária Auto Raposo Tavares, Nivaldo Bautz.
Hipertensão e diabetes atingem 72% dos caminhoneiros
Jornadas exaustivas, hábitos ruins e a falta de prevenção são um conjunto de fatores que levam 72,2% dos caminhoneiros a desencadearem doenças como hipertensão arterial e diabetes. Estatísticas da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) apontam ainda que doenças cardíacas estão entre os principais problemas e afetam 9,2% dos motoristas profissionais. Problemas de coluna atingem 6,4% e 2,9% sofrem de depressão. Problemas na próstata afetam 1,7% dos respondentes.
A sondagem reforça que os hábitos alimentares e a falta de atividades físicas desencadeiam o excesso de peso entre os caminhoneiros. Pelo menos 42,3% dos profissionais das estradas estão com sobrepeso e 36,9% têm algum grau de obesidade, enquanto 20,7% têm peso normal.
O sedentarismo é presente na vida de grande parte dos caminhoneiros, sendo que 59% deles não praticam exercício atualmente e 11,8% nunca praticaram. Já as atividades regulares são realidade para 18,6% dos entrevistados, dos quais 12,8% se exercitam por um dia, 5,2%, dois dias e, 6%, três dias por semana.